quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Exemplo de Intertextualidade

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


(Gonçalves Dias, Primeiros Cantos)

Trecho do Hino Nacional Brasileiro:

"Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
'Nossos bosques têm mais vida'
'Nossa vida' no teu seio 'mais amores'.

Ó Pátria amada, 
Idolatrada,
Salve! Salve!" 

(Letra: Joaquim Osório Duque Estrada)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Por que, por quê, porque e porquê

1- Por que = Preposição (por) + Pronome Relativo ou Interrogativo (que)

Ex.: Por que  ele não veio hoje? (que=pronome interrogativo)
        Ninguém sabe por que ele faltou. (que=pronome interrogativo)

        O caminho por que viemos era o melhor. (que=pronome relativo)


2- Por quê = Preposição (por) + Pronome Interrogativo Tônico (que, no final da frase)

Ex.: Ele não veio hoje por quê?
        Ele faltou, ninguém sabe por quê?  


3- Porque= Conjunção, sinônimo de pois, como.

Ex.: Ele faltou porque precisou viajar.
        Porque corria muito, caiu.




4- Porque= Substantivo, sinônimo de motivo, razão.

Ex.: Não sabemos o porquê de sua falta.
        As crianças nos interrogam com muitos porquês. 

sábado, 28 de maio de 2011

Atividade - Resenha de Filme

Para quem quiser o exemplo de Resenha que utilizei em sala, aí vai...

OS AGENTES DO DESTINO 

Alguns filmes levantam questões interessantes e intrigantes para contar uma história. Matrix se valeu desse conceito para contar um sci-fi com toques de kung-fu e muita ação. Aqui, o diretor (e roteirista) George Nolfi usa o mesmo conceito, mas saem as correrias, tiroteios e pancadaria e entra uma história romântica. Tanto que escolhi esse poster acima ao invés do principal que vem sendo divulgado com o casal correndo. Este não é um filme de ação.
O diretor escreveu o roteiro baseado num conto de Philip K. Dick, o mesmo autor dos contos que deram origens a filmes como Blade runner e Eu, robô. Como de costume, o autor levanta questões interessantes misturados com fatos surreais. Aqui, a questão interessante é um debate sobre o livre-arbítrio e destino.
Matt Damon é um político chamado David Norris. No dia da eleição, ele perde e se prepara para dar seu último discurso. Ele entra no banheiro, que acredita estar vazio, e ensaia o que vai dizer. Acontece que escondida no banheiro, estava Elise (Emily Blunt). Ela está lá porque foi pega invadindo um casamento e está agora se escondendo para não ser pega pela segurança. Os dois se conectam imediatamente e se beijam antes que ela tenha que sair correndo. O encontro anima tanto Norris, que ele faz um discurso improvisado que é o melhor de sua campanha.
No dia seguinte, num curto intervalo de tempo, ele (re)encontra sua nova paixão no ônibus e logo depois descobre, por acidente, a existência de uma espécie de grupo de "anjos" no escritório do seu publicitário. Todos no prédio estão paralisados e esses "anjos" estão fazendo alguma coisa com ele. Ele tenta fugir mas acaba pego. Eles decidem contar a verdade, que estão lá para fazer pequenos ajustes nas pessoas para que elas continuem seguindo, mesmo sem saber, um plano de uma entidade superior. Ao que parece, não temos o direito do livre-arbítrio. Quando eles nos deram realmente a chance de escolher fizemos guerras e outras desgraças, por isso agora eles nos encaminham para o bom caminho. Para Norris ficar no caminho, não deve revelar a existência deles para ninguém e nem deve vê-la novamente.
Ao contrário de outros filmes onde vemos bons anjos, esses aqui não estão de brincadeira. Se não obedecer, Norris será "resetado", terá toda sua mente apagada. E eles também não medirão esforços para alterar várias coisas para que Norris não a encontre e continue no plano. O único que parece se incomodar com isso é o anjo Harry (Anthony Mackie), que acaba revelando muitas coisas a ele.
Damon e Blunt dão interpretações tão boas, que ficamos realmente torcendo por eles. Realmente parecem feitos um para o outro, então, por que querem mantê-los separados? Nós torcemos para eles porque queremos que fiquem juntos. As performances são tão boas que acabamos perdoando certos deslizes do filme. 
O filme, porém, não deixa de ter seus defeitos. O principal é não se aprofundar nas implicações das questões que levanta. É um conflito entre o destino e as escolhas que fazemos. Se tudo está acertado, que diferença faz que decisão tomamos? Eles mesmos dizem que não podem cuidar de todos todo o tempo. O que aconteceria se alguém, inadvertidamente fizesse algo fora dos planos? Quando pedem para não vê-la, não estariam apelando para o livre-arbítrio dele? Apelando para que escolhesse não a ver novamente?
Se fosse um filme mais corajoso poderia ser excelente, mas ainda assim é um bom filme. E o melhor romance que assisti nesse ano.

 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Texto Expositivo

Links para os sites comentados em aula:

Lembrem-se dos temas: Radiação Nuclear, Terremoto, Tsunami.

Bons estudos!!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Chico Mendes (1944-1988)

“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a floresta Amazônica. Agora, percebi que estava lutando pela humanidade.”
 
 
Em 1944, nasce no seringal Porto Rico em Xapuri – Acre - Francisco “Chico” Alves Mendes Filho. Aos nove anos, Chico Mendes já acompanhava seu pai na floresta. Aos onze tornou-se seringueiro em tempo integral.
 
  •  Com a chegada do movimento sindical ao Acre, por volta de 1974, Chico encontrou um aliado forte para organizar as bases, difundir suas idéias e fortalecer o movimento. Chico Participou do primeiro curso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em 1975, sobre os direitos da terra e organização sindical, onde causou forte impressão, pois estava a um nível bem superior a outros trabalhadores, pois além de ler e escrever bem, conhecia os fundamentos da filosofia sindical.
  • A ocupação intensiva gerenciada pelo governo na Amazônia na década de setenta atingi também o Acre. Agricultores e pecuaristas, oriundos do sul do país, chegam ao Acre para explorar a terra, substituindo os seringais, derrubando a floresta para a implantação de fazendas de gado.  Como conseqüência das derrubadas, 10 mil famílias de seringueiros, sem trabalho, acabaram por virar favelado nas periferias de Rio Branco, capital do Acre, ou na Bolívia.
 
Em Outubro de 1985, Chico Mendes e outras lideranças, com o apoio da antropóloga Mary Allegretti, organizaram o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, onde formularam a idéia das reservas extrativistas, como forma de resguardar os direitos dos seringueiros sobre a floresta.

Em Julho de 1987 Chico Mendes recebe o prêmio Global 500, concedido pela ONU às personalidades que mais se destacaram na defesa do meio ambiente.

Na noite do dia 22 de dezembro de 1988, sete dias após ter completado 44 anos, ao sair para tomar banho em sua humilde casa,  Chico é alvejado com um tiro no peito, na presença de sua esposa Ilzamar e de seus filhos Elenira e Sandino.
   Fonte: www.chicomendes.org.br